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Com dificuldades financeiras, Orquestrando Futuros mantém aulas e ensaios
“Desde novembro do ano passado a prefeitura não está dando o repasse pra gente, ou seja, completamos 5 meses sem receber”, disse Orley.
O “Foco do Poder” esteve na segunda-feira, 10 de abril, acompanhando o ensaio dos alunos do Orquestrando Futuros e, apesar das dificuldades financeiras enfrentadas pelo maestro Orley Silva e sua equipe, eles continuam mantendo um trabalho sério e de qualidade com mais de 300 crianças de Teixeira de Freitas.
O Orquestrando Futuros (ORFS) é um projeto realizado pelo Instituto de Cultura Educação e Desenvolvimento (Iced) que, ao longo dos anos, tem revelado talentos para o Brasil inteiro, como aconteceu recentemente com os alunos Washington Couto, que foi selecionado para a Orquestra Jovem do Estado de São Paulo, e com o Peter Anderson, aluno de violoncelo selecionado para a Orquestra Juvenil da Bahia, ambos em 2017.
Em entrevista, Orley disse que o trabalho do Iced cresceu conforme a demanda e interesse da sociedade. Colocando as apresentações da Orquestra 9 de Maio no calendário cultural da cidade e participando de eventos, principalmente, os da Prefeitura, da qual tinha parceria.
Além de ser um patrimônio cultural da cidade, o projeto de música erudita tem retirado crianças carentes de situações de risco e dado oportunidades para elas mudarem de vida e descobrir seus talentos, inserindo toda a família no processo. “Nos tornamos referência em trabalhos sociais com as músicas voltadas para crianças em vulnerabilidade social”, disse Orley.
Apesar disso, por algum motivo ainda desconhecido, o principal apoiador do Orquestrando não está mais cumprindo os pagamentos para manter o projeto. Desde o dia 29 de março, os integrantes do projeto tem se mobilizado para que seja realizado o pagamento e renovado o contrato entre o Iced e a Prefeitura Municipal de Teixeira de Freitas, que se encerra no mês de julho deste ano.
“Desde novembro do ano passado, a prefeitura não está dando o repasse pra gente, ou seja, completamos 5 meses sem receber”, disse Orley. Ele ainda informou que foram protocolados os gastos na prefeitura, junto com todos os relatórios das atuações e gastos do projeto ao longo dos anos. E, mensalmente, são dados os relatórios dos gastos para a Secretaria Municipal de Educação.
Em março de 2017, Orley e os seus alunos foram convidados para participarem de uma sessão na Câmara de Vereadores. “É complicado você ver um profissional receber uma carta de despejo. É complicado você ver um grupo de pessoas juntar dinheiro para conseguir uma cesta básica”, disse o maestro, indignado com a situação em que se encontra a orquestra.
Diante da situação, alguns pais de alunos se reuniram e montaram uma Comissão que pretende agir em prol da permanência das atividades da orquestra na cidade e criaram, ainda, uma contracorrente para interessados fazerem doações: Caixa Econômica Federal, agência 3822-003, conta de número 00001062-8, está em nome do Instituto de Cultura, Educação e Desenvolvimento (Iced).
Em nenhum momento, professores e alunos pretendem abandonar o projeto, pois entendem que ele tem feito a diferença na comunidade teixeirense. Mas, a cada dia, fica difícil mantê-lo financeiramente. Quem quiser conhecer o Orquestrando o Futuro, basta ir até a sede, que fica na Igreja Batista Memorial, na av. Nove de Maio, Jardim Caraípe.
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Pais de alunos se mobilizam para não deixar a Orquestra morrer
Na noite desta quarta-feira, 05 de abril, pais de alunos do Orquestrando o Futuro – OrFS se reuniram na Igreja Batista Memorial e montaram uma Comissão que pretende agir em prol da permanência das atividades da Orquestra. Cerca de cem pais estiveram presentes na reunião, dentre eles, o Adriano Zorzo, que disse buscar soluções para que a Orquestra não morra. “A gente se reuniu para identificar as necessidades do Projeto Orquestrando o Futuro e tentar achar soluções imediatas para dar continuidade ao projeto”, disse.
Ele ainda colocou que essas preocupações se deram devido à falta de cumprimento dos contratos com os órgãos públicos, pois os órgãos não estão pagando os valores que haviam combinado com o projeto, especialmente, a Prefeitura Municipal de Teixeira de Freitas. Ele colocou ainda que o custo de uma orquestra é alto, além dos professores, há a manutenção dos instrumentos, o transporte dos alunos quando há concertos, dentre outros gastos.
Atualmente, há mais de 300 alunos matriculados no Orquestrando e, para não mandar essas crianças para a rua, uma solução encontrada pelos pais foi criar um carnê de contribuição, no qual as pessoas poderão fazer doações, tendo ou não os filhos matriculados no projeto, isso porque toda a sociedade tem se mostrando empática com o futuro do Orquestrando.
Zeilda Caldeira, mãe de aluno, gostou dos resultados da reunião. Quando perguntado quais os pais que estariam dispostos a ir lutar pela continuidade do projeto, todos levantaram as mãos, “os pais estão abraçando a causa junto com a Orquestra”, ressaltou Zeilda. E completou: “esse projeto vem tirando muitas crianças da droga, de muitos caminhos ruins”. “Fico agradecida se cada um puder fazer a sua parte”, disse a mãe, emocionada.
O Projeto Orquestrando o Futuro fica sediado na Igreja Batista Memorial, na Av. Nove de Maio, Jardim Caraípe. O número da conta para doação ainda não foi divulgado, mas quem quiser contribuir basta procurar o maestro Orley Silva na sede do projeto.
Por Vida Diária/ Mírian Ferreira e Petrina Nunes
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Gratidão emana do Concerto da Paz realizado por alunos do “Orquestrando Futuros”
Nesta quinta-feira, 30 de março, houve o Concerto da Paz realizado por alunos do projeto “Orquestrando o Futuro”, em homenagem ao Mês da Mulher e ao Dia Mundial da Juventude comemorado nesta data. O concerto foi realizado na Igreja Batista Memorial (IBM), que fica localizada na Av. Nove de Maio, 29, bairro Jardim Caraípe em Teixeira de Freitas.
Mães dos alunos também foram homenageadas e o sentimento de gratidão foi mútuo entre a Orquestra e os convidados. A senhora Fabiana Maria Jesus dos Santos tem dois filhos que fazem parte da Orquestra, o João Vitor Franco que há 4 anos está no “Orquestrando” e o Jonathan Kevin, que está lá há 2 anos. Fabiana deixou claro que faz “questão de estar sempre presente, independente das ocupações diárias, pois somos pais e devemos estar sempre buscando melhor para os nossos filhos e para o projeto”.
Ela contou uma das experiências que teve com um de seus filhos. Quando ele tinha 11 anos, e, com a ajuda do maestro Orley, ele pode conduzir uma situação. Segundo ela, a criança pegou algumas figurinhas no supermercado e o maestro ficou sabendo. O maestro foi até ela, a avisou e fez a família devolver o valor ao mercado e o menino pediu desculpas. “Pude perceber a integridade do maestro Orley e sua equipe quando meu filho, em 2014, entrou em um supermercado e pegou de lá umas figurinhas, 120 figurinhas, no valor de 60 reais”, disse a mãe, que ainda se emociona com a história.
“Eu sempre falo para as pessoas sobre a importância desse projeto”, ressaltou Fabiana, agradecida ao maestro pela forma como ele conduziu a situação, e completou: “sou muito grata por ele ter cuidado do meu filho”. “E hoje o projeto faz parte de minha vida, da vida de meus filhos e de toda a minha família”, disse, lembrando que a primeira vez que ela viu os filhos tocarem foi no distrito de Duque de Caxias, o que a fez ficar emocionada, por ver que eles têm uma oportunidade na vida que ela não teve quando tinha a mesma idade.
A mãe ainda disse que, “graças ao ‘Orquestrando o Futuro’ meu filho melhorou a nota na escola, o comportamento em casa” e que deseja “que esse projeto tenha continuidade e tire cada vez mais crianças das ruas, pois estamos perdendo muito nossos jovens para as drogas”. “Louvo a Deus pela vida do maestro Orley”, finalizou, emocionada.
Julia Cardoso, aluna do “Orquestrando”, que está há 9 meses no projeto, disse que iniciou ano passado, quando estudava na Escola Estadual Gilberto Cardoso. Atualmente, ela faz parte do grupo de solistas, mas já fez aulas de violino também. “Vi grandes mudanças em minha vida, no meu cotidiano, na minha vida escolar também; minha mãe tem percebido a evolução no meu desempenho na escola e em casa”, contou a aluna.
O maestro Orley Silva disse que a ideia de unir as duas homenagens em um só concerto é pelo fato de que as mulheres, mães, que perderam seus filhos ainda jovens para o mundo do crime, carregam um sofrimento enorme. No Dia Mundial da Juventude e no Mês da Mulher, nada melhor do que homenagear essas mulheres. “A gente imagina toda vez que tem um jovem preso, um jovem morto, o sofrimento que a mãe tem”, ressaltou o maestro.
No concerto, o maestro quis mostrar para as mães que ali estavam assistindo aos seus filhos tocarem que “seu filho não está morto” e faz parte de um projeto reconhecido mundialmente, através do que representa a música clássica na sociedade. Além disso, mostrar para a juventude que existe alternativa para não entrar no caminho das drogas e do crime.
“A primeira coisa que temos que entender é que: o menino que tem um violino na mão, ele não põe uma pedra de crack, e se ele não põe uma pedra de crack na mão, ele não vai assaltar você”, avisou o maestro.
Fazer com que a juventude não entre no mundo do crime é uma luta de todos. Dessa forma, as pessoas que quiserem colaborar com o projeto podem procurar a sede da Orquestra na Igreja Batista Memorial e falar com o maestro Orley